Saskia Korink, diretora global de inovação da Trouw Nutrition, sediada na Noruega, morou 11 anos no Brasil e voltou ao país em meados de outubro para visitar empresas e analisar o nível de tecnologia da produção animal. “Os produtores brasileiros ainda estão mais preocupados com a operação e o resultado no dia a dia. Muitos ainda não perceberam que a tecnologia agrega e facilita o esse trabalho. As ferramentas digitais estão aí para substituir, com muitas vantagens, o método tradicional de anotações das informações no papel”, destaca Saskia. Porém, ela enfatiza que não é possível comparar países, pois cada um tem uma particularidade, principalmente no agronegócio, onde há diferenças de profissionais, atividades animais, cultura, operações, entre outros. “Em termos de resultados produtivos, o Brasil vai vem e melhora ano após ano. Mas há espaço para crescer ainda mais”, diz.

Na percepção da diretora global de inovação da Trouw Nutrition, a preocupação do consumidor europeu é muito maior, tanto para entender de onde vem os alimentos quanto com o bem-estar dos animais. Um exemplo: “Todos os ovos vendidos no supermercado são de aves criadas soltas. Elas têm uma área aberta na granja de onde podem sair e voltar quando quiserem, não ficando mais presas. As aves ficam mais felizes e os consumidores mais satisfeitos”.  

Saskia Korink explica que as preocupações são diferentes de mercado para mercado. “Até porque na Europa há muito menos terra para produzir. No Brasil há bem mais espaço. É o país do agro e com muitas oportunidades de crescimento, com terras boas, áreas para ocupar, matérias-primas de boa qualidade, água farta”. Porém, ela diz, percebemos que mundialmente a preocupação é a mesma: a redução do uso de antibióticos na produção animal. “A Trouw Nutrition tem uma grande oportunidade, mas para o mercado é um grande desafio. Mas se trata de um processo irreversível e os produtores precisam ter a conscientização de que se trata de uma demanda global dos consumidores.. Temos de trabalhar juntos para avançar”.

Ela lembra que está provado que o impacto do uso de antibióticos sem controle também afeta a saúde das pessoas. “As infecções resistentes aos medicamentos antimicrobianos crescem em um ritmo alarmante. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 700 mil pessoas morrem todos os anos devido a bactérias resistentes. Pesquisas estimam que, se o cenário não mudar, até 2050 cerca de 10 milhões de pessoas terão morrido devido à resistência antimicrobiana, superando as mortes causadas por câncer, de 8 milhões de pessoas. Além disso, essa tragédia custará mais de 100 trilhões de dólares em perda de produção de alimentos”.

A expectativa da Trouw Nutrition é positiva a médio prazo, mas Saskia ressalta que os desafios não acabarão. “Esse é um movimento cíclico. Temos de estar preparados para as mudanças e levar aos produtores informações e eficiência. Para isso, três elementos são essenciais: a nutrição, a genética e a estrutura das propriedades. Esses três tópicos precisam trabalhar juntos para a alta eficiência produtiva”.

Saskia Korink é diretora de inovação global da Trouw Nutrition e responsável pela integração da inovação  com as áreas de pesquisas, desenvolvimento, marketing , aditivos e digital. Seu desafio é criar propostas integradas de tecnologia de formulação, que possam atender com eficácia diferentes mercados. A partir da conversa com os produtores – como fez no Brasil –, ela capta as necessidades locais e leva para a equipe global propor soluções.


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