A proposta do setor produtivo para um novo sistema nacional de classificação e tipificação de carcaças bovinas foi o tema central da reunião da Comissão Nacional da Bovinocultura de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), durante a 84ª Expozebu, em Uberaba (MG).

O modelo proposto é fruto do trabalho do grupo de discussão composto pela Associação Nacional da Pecuária Intensiva (Assocon) Associação Brasileira de Angus (ABA), Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB), Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) e Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC), com apoio de duas instituições de reconhecida competência: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), representada pelo prof. Sérgio Pflanzer, e Universidade de São Paulo (USP), com a profa. Angélica Pereira.

O objetivo é criar um padrão único, auditável, para a classificação das carcaças bovinas feita nas diversas unidades frigoríficas do país. “A partir dessa informação confiável, teremos condições de conhecer melhor o perfil da carcaça produzida no Brasil e traçar caminhos para melhorar a produção de carne bovina como um todo”, explica Alberto Pessina, presidente do Conselho de Administração da Assocon. A proposta é que o sistema de classificação e tipificação de carcaças tenha gestão compartilhada entre o produtor e a indústria.

O presidente da Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB), Dr. Nabih Amin El Aouar, explica que a principal vantagem de ter regras claras e padronizadas para a classificação e a tipificação da carcaças é a criação de uniformidade com as indústrias que aderirem ao projeto. “Um sistema claro e confiável possibilita nova oportunidade de referência para remuneração dos pecuaristas, além de ser uma importante ferramenta para organização da cadeia produtiva da carne bovina”, informa Dr. Nabih.

De acordo com Fábio Medeiros, gerente do Programa Carne Angus Certificada, da Associação Brasileira de Angus, os principais ganhos desse processo que está se estruturando é a padronização de critérios e o aumento da transparência no processo de classificação e tipificação de carcaças no Brasil. “É uma das primeiras construções de consenso entre os elos da cadeia produtiva, podendo se tornar a porta de entrada para muitas outras construções coletivas. De um lado, temos as indústrias, e do outro, os produtores. Nesse processo, todos estão trabalhando juntos, buscando soluções para os gargalos do setor por meio de diálogos, resultando em propostas que beneficiem toda a cadeia produtiva”, ressalta Medeiros.

A proposta prevê a adesão voluntária dos frigoríficos ao sistema, porém, uma vez aderidos os frigoríficos participantes deverão submeter à classificação 100% do abate. Além disso, a adesão ao novo sistema de classificação e tipificação de carcaças bovinas será pré-requisito para a normatização dos termos relacionados à atributos de qualidade utilizados na rotulagem de cortes bovinos.

A iniciativa proposta pelas entidades, já aprovada pela Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Carne Bovina em última reunião realizada no início do mês de abril, irá agora ser submetida à análise do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

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