Por João Benatti*

 Técnica de pecuária intensiva, o confinamento proporciona aumento do ganho de peso em curto período de tempo, porém indiscutivelmente é causa de estresse nos animais. Com espaço reduzido, brigas e sodomia para definição de líderes, além de contato com humanos, máquinas, poeira, sol e alimentação diferente da pastagem, a imunidade dos bovinos pode diminuir, deixando-os vulneráveis a doenças. Pneumonias e dermatites estão entre os males mais comuns.

Em meio a isso, surge o amido, componente que fornece tipo distinto de energia em relação ao que o gado estava acostumado. Como é rapidamente fermentável, ele promove maior produção de ácidos no rúmen – o que pode culminar em acidose ruminal (clínica ou subclínica). O efeito imediato é a redução do consumo, com consequente perda no ganho de peso e, prejuízos.

Mas não é só isso. Estima-se que em 60 dias no confinamento o fígado dos bovinos pode ficar 70% maior, resultado dessa dieta para alto desempenho. Porém, até isso acontecer, o órgão ficará sobrecarregado, o que é prejudicial.

Para evitar esses problemas, em primeiro lugar é preciso diminuir o estresse e aumentar a imunidade por meio do incremento de zinco e cobre, sem que haja uso de sulfatos em altas proporções. Estes recursos podem reduzir a digestão de fibras. A solução, portanto, é fornecer fontes que sejam protegidas da degradação ruminal para não afetar a flora bacteriana, como os hidroxi-minerais de alta concentração, que possibilitam a alta dos níveis dos componentes benéficos. Outros aditivos, como mananoligossacarídeos, contêm beta-glucanas, que ajudam a neutralizar alguns agentes causadores de doenças nos animais que estão no rúmen.

Para manter o rúmen saudável, é preciso ter quantidade adequada de fibras na dieta, para estimular a ruminação. Ademais, é importante evitar falta de comida entre os tratos. Quando o cocho é reabastecido após período sem comida, os animais comem com mais voracidade. O excesso de alimentos que entram rapidamente no rúmen impede a regulação ideal de ácidos. A consequência é a acidose. A sobra demasiada de comida também não é desejada. Além de desperdício, alguns animais poderão consumir mais alimentos concentrados do que formulados, tendo como provável resultado a acidose.

O fornecimento de aditivos também é uma forma de dar mais segurança aos animais. A monensina, por exemplo, auxilia o controle de bactérias que produzem o lactato. Os tamponantes deixam a dieta mais segura, neutralizam ácidos e facilitam sua retirada do rúmen. Leveduras vivas melhoram o ambiente ruminal para bactérias que consomem ácido lático.

As vitaminas B aceleram reações no fígado em animais de alto desempenho e ajudam a metabolização nesse órgão que ainda não está pronto para a dieta de confinamento. Contudo, é preciso investir em produtos que impeçam a degradação das vitaminas ainda no rúmen. Produtos de eficácia comprovada já estão à disposição dos pecuaristas que desejam melhorar o metabolismo do fígado, potencializando o ganho de peso.

*João Benatti é doutor em zootecnia e gerente de produtos para ruminantes da Trouw Nutrition.


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