Os agro influenciadores já são centenas. Provavelmente, serão milhares em pouco tempo. É muito? Não. Pelo contrário. Para o consultor e publicitário José Luiz Tejon, “todos são necessários para ajudar a fortalecer as mensagens positivas do agro para a sociedade”, disse Tejon, no evento “Os Agroinfluencers. Quem são eles, como atuam e como podem ser utilizados para influenciar positivamente sua estratégia de marketing”, da série AgroMarketing Meeting, da Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio (ABMRA).
Tejon enfatizou que a comunicação tem de ser sistêmica e focar não apenas em alguns elos da cadeia, como os produtores rurais, mas em todos os agentes tanto dentro quanto fora da porteira e no meio urbano.
“O desafio é imenso. Vejam que cerca de 4 milhões de produtores rurais entre os 5,1 milhões do país não são impactados pelas novas tecnologias. A prioridade é influenciar quem não tem acesso às tecnologias. E são 3 em cada 4 produtores”, reforçou o especialista em marketing.
Nesse trabalho, relevância, credibilidade e linguagem são atributos fundamentais. O jornalista Carlos Alberto da Silva, o Carlão da Publique, também inclui nessa lista a divulgação da agenda positiva do agronegócio. “Não me interessa notícia ruim. Sou do copo meio cheio”, assinalou.
Miguel Cavalcanti, do BeefPoint e AgroTalento, destacou a importância da linguagem certa para os diferentes públicos para gerar o impacto necessário. “As pessoas não estão nas plataformas digitais por acaso. Elas se identificam com o Instagram, o Facebook, o Twitter, o You Tube, o Tik Tok. É preciso que os agro influenciadores e todos os demais comunicadores usem a linguagem certa para alcançar os diferentes públicos”.
“A proposta da plataforma Mais Soja é muito clara. Queremos disseminar tecnologias e, assim, contribuir para o aumento da produtividade no campo. Para isso, apostamos na relevância do conteúdo e traduzimos o conhecimento da academia para produtores, técnicos e estudantes”, mostrou Lucas Stefanello, fundador do Mais Soja. Como ele consegue ter resultados? “Atraímos os filhos dos agricultores. Esse pessoal, na faixa dos 24 até 34 anos, é a porta de entrada para levar as tecnologias à produção”.
Raphael Pinho, diretor da Spark, trouxe uma visão urbana para o debate sobre os agro influenciadores. “Não importa qual a área de atuação. É preciso oferecer ao público conteúdos de qualidade e conquistar o respeito da audiência”, disse. Além disso, Pinho destacou a importância dos algoritmos para as mídias digitais. “Eles nos mostram que é preciso inovar no conteúdo para atingir novos públicos. Se o seu conteúdo for sempre o mesmo, não dá para esperar que você impacte novas cabeças”.
“Não podemos nos contentar em falar para nós mesmos o tempo todo”, concordou Donário Lopes de Almeida, CEO da NeoDigital, conselheiro da ABMRA e coordenador do painel.
Carlão da Publique convocou todos os produtores rurais a se tornar atividades do agro. “Se o público urbano não nos entende, é que estamos falando grego para eles. É preciso somar forças com quem está na linha de frente e valorizar tudo o que o agro tem de bom. E o campo tem o nobre compromisso de produzir alimentos!”
Miguel Cavalcanti destacou três tópicos que, em sua visão, influenciam. “É preciso ajudar as pessoas a pensar, chamá-las para a excelência e o desafio e, finalmente, ser um conselheiro confiável. O objetivo é construir uma relação de confiança com seus públicos”.
“Exato! E é preciso priorizar os clientes. Anita é cliente. Seus seguidores são clientes. E devem ser tratados como tal e não com confronto”, sacramentou José Luiz Tejon.
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